quarta-feira, dezembro 07, 2005

Dêem-me asas


Deitado debaixo da densa folhagem de uma árvore, completamente encoberto pela sombra, invisível a quem quer que por ali passasse, devido à forte intensidade da luz proveniente do sol, comecei a sonhar.
Observando o céu pelos poucos espaços existentes entre as folhas acima de mim, vi uma imensidão azul, um azul a que estamos todos habituados a olhar, mas que nem sempre vemos.
Senti-me a subir, mais leve que uma pluma para o céu... As folhas desapareceram e só via o azul celeste, como se a minha visão não abarcasse mais nada. Parecia que ali ia ficar para o resto da eternidade...
Subitamente, tocado pela brisa fria do fim de tarde, acordei do transe em que me encontrava e, num idílico anoitecer de tons alaranjados e arroxeados, vi bandos de pássaros voando e cruzando os ares, sua pertença natural, como que mostrando toda a sua liberdade e troçando de algo tão atrasado como um ser humano.
Se ser humano é inventar a nossa própria destruição, pois como alguns dizem, certas espécies surgem para o fim da destruição e consequente início de um novo ciclo... Não quero ser humano! Tal como o milhafre, tal como o canário, a rola ou o melro, quero voar... Dêem-me asas!!

2 Comments:

Blogger almadepoeta said...

Maravilha este texto. Felizmente que ainda em S. Maria conseguimos ver o azul do céu, e nele por vezes bandos de pássaros a voar.
E foi voando pela internet que descobri o teu blog e prometo acompanhar os seus voos, porque gostei imenso do conteudo.
Sou cagarra como tu. Voamos muito em sonhos, já que o mar nos limita.
Fica um beijinho.
PS:Se não te importas vou linkar o teu blog aos meus favoritos para não te perder o rasto

12:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Very cool design! Useful information. Go on! » »

5:42 da manhã  

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